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Luta do ano
A luta do ano foi, sem sombra de dúvidas, entre Diego Sanchez e Gilbert Melendez, no UFC 166. Melendez vinha de derrota para o então campeão LW Ben Henderson e Sanchez vinha de vitória sobre o ex-campeão LW do PRIDE Takanori Gomi - ambas decisões divididas - e a luta roubou a cena da disputa de cinturão entre Cain Velasquez e Junior dos Santos. Abençoado sejam o árbitro Kerry Hatley e o cutman que estava no UFC 166, que não interromperam a luta quando Sanchez começou a sangrar sem parar. Melendez saiu com a vitória, mas Sanchez ficou como guerreiro, teve a redenção que precisava e ainda saiu com a maior moral.
KO do ano
O prêmio de KO do ano foi tão difícil de decidir, que vai ser dividido entre o norte-americano HW Derrick Mehmen e o inglês WW Paul Daley. Com relação a Mehmen, não foi um KO espetacular em Rolles Gracie Jr na quinta edição do World Series of Fighting, mas ganhou o prêmio pelo que aconteceu após: ele vira de costas com um pulinho meio estranho, dá uns passos e quando a galera acha que ele só está tomando posição dentro do cage, Gracie desaba! O golpe lembrou um pouco a técnica dos cinco pontos que explodem coração após você dar 5 passos, do Mestre Pai Mei em Kill Bill Volume 2. Já o KO de Daley em Romario Manoel da Silva na 14ª edição do BAMMA foi espetacular, chegando inclusive a levantar levemente Silva do chão com a força da mão pesada. Portanto, meus parabéns, Derrick "Mestre Pai Mei" Mehmen e Paul Daley!
SUB do ano
O prêmio de SUB do ano também será dividido. Mas entre três lutadores, de três eventos diferentes: James Edson Berto do Bellator, Rose Namajunas do Invicta e Kenny Robertson do UFC. Berto, pela finalização aplicada no brasileiro Bruno Carvalho na 94ª edição do Bellator - quem assistiu sabe bem o que viu: Carvalho finalizou Berto com um armlock e Berto reverteu a finalização aplicando uma chave de calcanhar. Namajunas, pelo armlock voador aplicado em Kathina Catron na quinta edição do Invicta FC. A técnica foi aplicada aparentemente na sorte, durante trocação, e quem viu não diria que daria certo - mas deu, e logo Catron estava dando os 3 tapinhas. Robertson, por uma inédita chave de panturrilha que quando começou, todos acharam que seria um mata-leão. E rendeu o prêmio aos três. Parabéns a Edson Berto, Namajunas e Robertson!
Evento do ano
O evento do ano foi o UFC 166. foram 13 lutas com 26 lutadores de 7 países diferentes, 7 nocautes, uma finalização, uma defesa de cinturão e a melhor luta do ano, além de dois lutadores colhendo os louros da redenção após uma fase de trevas. Já é o melhor evento da década mesmo ainda em 2013 e um dos 10 melhores da história. Se tivessem incluído uma luta da LHW (única categoria não contemplada no evento), seguramente seria um dos 3 melhores eventos da história. Tanto que nem as lutas mornas entre KJ Noons e George Sotiropoulos, e entre Roy Nelson e Daniel Cormier, foram suficiente pra deixar o evento ruim.
O prêmio Hitler de personalidade mais odiada do ano vai para Rousimar Palhares, o Toquinho. Por não ter soltado a perna de Mike Pierce no UFC Fight Night 29 - Maia VS Shields, Palhares perdeu o prêmio de submissão da noite e foi demitido do UFC por acumular algumas derrots, casos de doping e de reincidências de não soltar finalização. De quebra, mesmo sem ter procurado outros eventos, Palhares também teve as portas fechadas no Bellator, na KSW, no Jungle Fight, até no ADCC, que nem é MMA. Só o WSOF de Ray Sefo se pronunciou contra e depois voltou atrás. Parabéns Toquinho: por ser "malvadinho" reincidente, conseguiu ser o cara mais odiado do MMA.
O prêmio Denise Rocha de advogado do ano vai para Renzo Gracie, o único cara que desde o começo da polêmica defendeu Palhares do resto do mundo das artes marciais. Vá lá que a Team Nogueira também está do lado dele, mas isso é meio que obrigação da academia do cara.
O prêmio Bob Sapp de derrota do ano vai para Muhammed Lawal, o King Mo. Se fosse uma propaganda da MasterCard, seria +- assim:
* contrato com Bellator e TNSA: alguns milhões de dólares
* protetor bucal feito sob medida: US$ 100,00
* luvas: US$ 70,00
* ser contratado a peso de ouro, entrar no GP como favorito, tomar um soco aparentemente sem força, apagar em pé e ser nocauteado e finalizado na mesma luta: NÃO TEM PREÇO. Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras existe MasterCard. Aceito do wrestling telecatch ao MMA.
O prêmio Alexandre Pato de amarelada do ano vai para Nate Marquardt que, pra variar, amarelou em mais um momento decisivo. Depois de fazer isso diante de Chael Sonnen, Anderson Silva, Thales Leites, Yushin Okami, Anthony Johnson e Tarec Saffiedine, agora ele amarelou diante de Hector Lombard e provou por A+B que, se a luta vai decidir alguma coisa, ele peida.
O prêmio Ivo Holanda de pegadinha do ano vai para André Pederneiras. O fundador da Nova União se inspirou no playboy brasileiro Chiquinho Scarpa, que semanas antes declarou que iria enterrar no quintal de sua mansão um Bentley Continental Flying Spur como parte de uma campanha de doação de órgãos (inclusive com uma cova aberta com retroescavadeira), e "criou" no Shooto Brasil uma luta entre um homem, Emerson Falcão, e uma mulher, Juliana Velasquez. A notícia ganhou tradução em outros idiomas e a boataria correu a internet, com gente alegando que um policial estaria de prontidão pra prender Falcão pela Lei Maria da Penha, falando do famoso suposto favorecimento de atletas da Nova União no Shooto Brasil (por Falcão ser da NU), gente indignada por ser uma tremenda covardia e até gente jurando que Juliana era a irmã mais nova do campeão HW Cain Velasquez e que se Falcão vencesse, apanharia do Juanito. No final, Pederneiras revelou que foi uma campanha publicitária contra a violência doméstica sofrida pelas mulheres. Mas muita gente acreditou: a campanha foi tão absurda que não tinha como ser mentira - afinal várias das pioneiras do MMA feminino começaram treinando com homens (Cristiane Cyborg, por exemplo) e há até a transexual Fallon Fox lutando na categoria pena feminina.
O prêmio Loucademia de Polícia de confusão do ano vai para Ed Soares. Soares aceitou casar a luta entre seu atleta, Rafael dos Anjos, com o russo Rustam Khabilov. Até aí nada demais, afinal o brasileiro vem de 6 vitórias em 7 lutas, a única derrota nesse intervalo foi Split Decision... e o russo vem invicto no UFC com cinco vitórias. Mas acontece que Soares achou que o "russo" que o UFC estava se referindo era na verdade Khabib Nurmagomedov, invicto com 21 vitórias seguidas, 5 no UFC, e forte candidato a tirar o cinturão de quem quer que seja. E o brasileiro aceitou a luta porque Soares confundiu Khabilov com Nurmagomedov...
Mitos derrubados em 2013
Minotauro, o infinalizável, foi finalizado - pela segunda vez. Autor da façanha: Fabrício Werdum
Dan Henderson, o queixo mais duro do MMA, foi nocauteado - e nem foi nocaute técnico. Autor da façanha: Vitor Belfort
Anderson Silva, o invencível, perdeu. Autor da façanha: Chris Weidman
Coisas em 2013 pro qual faltaram desculpas
Faltou uma desculpa pra demissão de Yushin Okami do UFC. Dana White apenas falou que ele não era mais competitivo dentro da categoria - isso depois de ter lutado pelo TS duas vezes, uma vez pelo cinturão e após ter vencido quase toda a categoria.
Faltou uma desculpa convincente pra demorar tanto pra realizar a demissão de Leonard Garcia. Afinal não é todo dia que Dana White mantém no UFC um lutador que perde 5 lutas seguidas e que a única luta que venceu foi por decisão dividida - mas muita gente já foi demitida do UFC com apenas uma derrota.
Coisas em 2013 pro qual sobraram desculpas
Sobraram desculpas para a derrota de Anderson Silva no UFC 162, quando ele enfrentou Chris Weidman. Entre outras coisas, Silva culpou o fato de não ter dado um passo pra trás na hora de apanhar, a pressão de ser campeão, o saco cheio... mas curiosamente ele não botou a culpa no principal motivo de sua derrota: as provocações oriundas da sua prepotência.
Mais um ano se passou e...
William continua virgem.
