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Torneios do Bellator são ótimos – mas podem melhorar
Mais tempo de preparação para os participantes de torneios e reorganização do calendário podem melhorar ainda mais o Bellator.
“Onde os title shots são conquistados, não dados”. Com este lema, o Bellator angariou uma legião de fãs desde sua primeira edição, em 3 de abril de 2009. Com disputas de cinturão atreladas a conquistas de torneios, a organização montou um sistema justo, que privilegia os melhores, independentemente do poder midiático. Assim aconteceu nas dez temporadas passadas, assim será feito nas seguintes. Torneios criam ordem, hierarquia, são fáceis para o fã entender.
Quatro anos depois, o mundo viu o surgimento de estrelas como Michael Chandler e Pat Curran, que passaram de ilustres desconhecidos a lutadores de ponta reconhecidos, presentes em vários rankings. Exatamente o que o Bellator quer: construir ídolos usando um método justo do ponto de vista esportivo. “O torneio mais difícil do mundo”, como seus organizadores se referem às suas chaves de disputa.
Patricio Pitbull venceu Daniel Straus na final do torneio da quarta temporada
Quando o UFC escala Chael Sonnen para disputar o cinturão com Jon Jones, mesmo há cinco anos sem lutar na divisão dos meios-pesados, ou quando determina que Frank Edgar e Anthony Pettis tomarão a frente de Ricardo Lamas ou Chan Sung Jung contra José Aldo, mesmo sem terem lutado como pena, muita gente reclamou. Mesmo no caso das superlutas, foram situações chatas com quem batalha nas relativas categorias. É o MMA mostrando que o mérito comercial é tão (e às vezes mais) forte que o esportivo. O UFC sempre funcionou assim e provavelmente não vai mudar.
Assim como o Campeonato Brasileiro em pontos corridos é um contraponto aos mata-matas da Copas do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e Campeonatos Estaduais, os title shots concedidos a vencedores de torneios no Bellator funcionam do mesmo modo em relação às furadas de fila tradicionais do UFC. Todas convivem (ou deveriam conviver) harmoniosamente no coração dos fãs. Há opção para todos os gostos e fregueses.
Marlon Sandro é um ótimo exemplo de um dos problemas dos torneios do Bellator. A dura maratona a que se submeteu o transformou de um dos melhores pesos penas do mundo e integrante do All-Violence 1st Team do Sherdog, para um lutador comum, que perde de modo pouco inspirado para Frodo Khasbulaev.
Analisemos o caminho de Marlon no Bellator. Como chegou como uma estrela da categoria, ele estreou diretamente no torneio da Temporada de Verão de 2011. Venceu Junior PQD em luta muito difícil, voltou ao cage 28 dias depois para eliminar Nazareno Malegarie e acabou violentamente nocauteado por Curran 27 dias após bater o argentino. Três lutas em 55 dias, tempo que os lutadores de ponta (como Marlon) consideram como o mínimo desejado para apenas um camp feito de modo decente.
Os problemas se agravam a partir desse ponto. As comissões atléticas americanas costumam dar suspensões médicas entre 45 e 90 dias para lutadores nocauteados (pelo nocaute clássico, não o técnico). Marlon voltou ao cage 87 dias depois de ser nocauteado por Curran. Supondo que sua suspensão médica fora no menor caso, Sandro teve apenas 42 dias para se preparar para o combate contra Rafael Dias, que lhe valeu a vaga no torneio da sexta temporada. Se a suspensão foi maior…
Marlon bateu Rafael e voltou ao cage 110 dias depois. Descontando sete dias de uma mínima suspensão médica para vencedores de luta decidida pelos juízes (podem ser 14 ou 21 dias), Sandro teve pouco mais de três meses de camp para o torneio seguinte, tempo decente se considerássemos apenas a distância entre a luta com Rafael e a estreia na sexta temporada. Mas não podemos ignorar que ele passara por uma maratona meses antes (que terminou de modo brutal) e que não teve o descanso necessário.
Bellator 60: Marlon Sandro finalizou Roberto Vargas
No dia seguinte que completou 35 anos de idade, Marlon venceu Roberto Vargas já pelo torneio da sexta temporada. Foram 27 dias para voltar e superar Alexandre Popó em outra luta dificílima. Mais 35 dias e dois chutes na região genital fizeram com que sua atuação na final contra Daniel Straus fosse seriamente abalada. Ok, superar chutes no saco não é algo simples, mas a tarefa provavelmente foi dificultada num corpo desgastado.
Depois de fazer sete lutas (quatro delas duríssimas) em menos de um ano, Marlon teve seis meses de descanso antes de vencer Dustin Neace. Mas o corpo humano não é uma máquina que se repara com um boot. Visivelmente em forma muito inferior àquela da estreia contra PQD, Sandro superou Akop Stepanyan em mais uma luta complicada, antes de ser atropelado por Khasbulaev trinta dias depois. O Marlon Sandro que perdeu para o russo era um rascunho do campeão do Sengoku.
Podemos citar outros casos, como o do talentoso peso galo Wilson Reis, que fez dez lutas em dois anos e acabou a maratona violentamente nocauteado em sequência por Patricio Pitbull e Eduardo Dantas, do ex-campeão dos penas Joe Warren, de Bryan Baker, Lloyd Woodard, o próprio Popó e outros bons lutadores que sucumbiram a maratonas de sete lutas em quatorze meses, por exemplo.
Com 12 e 11 eventos realizados nos dois primeiros anos de vida, o Bellator deu um salto a partir de 2011, com a parceria com o canal MTV2, que durou até o fim do ano passado. Em 2011, foram feitos 25 eventos distribuídos entre a quarta temporada, a quinta e a temporada de verão. O ano de 2012 abrigou o mesmo número de shows na sexta temporada, sétima e temporada de verão. Com 11 eventos na oitava temporada abrindo os trabalhos de 2013, iniciando a parceria com a Spike TV, o caminho neste ano deve ser o mesmo, visto que ainda teremos três eventos na próxima temporada de verão e mais 11 na nona temporada, a partir de setembro. São números próximos dos 31 eventos promovidos pelo UFC em 2012.
Parceria com a Spike TV já catapulta o Bellator a um novo patamar
Atualmente o Bellator tem uma média de um evento a cada duas semanas. O problema é que o espaçamento não é homogêneo assim. Entre 17 de janeiro, quando Bellator 85 iniciou a oitava temporada, e 4 de abril, quando o Bellator 95 a encerrou, em apenas uma quinta-feira (14 de março) não houve evento. Como a temporada de verão só deve começar no final de junho, serão cerca de dois meses e meio de estiagem antes de um card em junho, um em julho e outro em agosto. Em setembro, com a nona temporada, recomeça a maratona até o fim do ano.
Tanto o empilhamento de eventos quanto a enorme estiagem sobrecarregam os fãs e quem trabalha direta ou indiretamente com o Bellator. Sem contar que não há uma organização de quantos torneios acontecerão por temporada, muito menos quais categorias serão afetadas. Temos o caso de Curran, que já defendeu seu cinturão duas vezes em 2013 e ainda tem Straus e Khasbulaev na fila, como há os pesos pesados, categoria que só viu uma defesa de cinturão até hoje (e não há data prevista para Alexander Volkov atuar).
A ideia exposta aqui é simples: uma temporada regular e uma de verão por ano, com (pelo menos) um torneio de cada categoria. Dois eventos em janeiro, com as quartas-de-finais dos galos e dos meios-médios. Dois em fevereiro, com as quartas dos penas e médios. Mais dois em março, com as quartas de leves e meios-pesados (obviamente esta distribuição é apenas ilustrativa). Um evento em abril, com as semifinais de dos galos e dos meios-médios. Outro em maio, com as semis de penas e médios, mais um em junho, com as semis de leves e meios-pesados. Em julho e em agosto, temporada de verão com um torneio de pesados de quatro participantes, como acontecerá em 2013. Neste caso, uma semifinal em julho e a outra em agosto.
O segundo semestre seria dedicado às finais. Setembro hospedaria as decisões de galos e meios-médios. Outubro ficaria com as finais de penas e médios, enquanto novembro apresentaria os vencedores de leves e meios-pesados. Fechando o ano, a final dos pesados em dezembro. Deste modo, cada campeão de torneio fez três lutas em um ano, tempo suficiente para camps bem planejados e recuperação entre uma luta e outra, provavelmente diminuindo os casos de substituições por contusão e aumentando a qualidade dos combates.
Com a hipótese ilustrada acima, o Bellator faria de quinze a dezoito eventos num ano, variando caso resolvesse escalar cada final em um card diferente. Como este número é baixo, a organização poderia acrescentar mais uns quatro ou seis eventos cobrindo dois torneios de categorias mais cheias, com quatro ou oito participantes. Nos cards preliminares ou nos principais com menos lutas de torneios, os atletas escalados passariam o ano formando cartéis para buscar uma vaga no torneio da temporada seguinte. Fecharia o ano com 21 a 24 eventos, mantendo a quantidade atual, mas com um espaçamento mais homogêneo.
Antes que todos estes novos vencedores de torneios se tornem desafiantes, o Bellator ainda tem vários deles para colocar em ação. São os casos de Khasbulaev e Straus (peso pena), Dave Jansen e David Rickels (leve), Andrey Koreshkov (meio-médio), Doug Marshall (médio) e Emanuel Newton (meio-pesado), fora os que serão revelados até o fim de 2013 (a expectativa é que o Bellator realize pelo menos mais cinco torneios neste ano) e eventuais revanches imediatas, regra que ainda não foi utilizada pela organização. Ou seja, há muita defesa de cinturão podendo ser escalada durante a proposta temporada anual.
Como a plataforma da Spike TV é mais ampla, o Bellator teria condição de explorar mais os torneios, os novos candidatos a ídolos e a consolidação dos lutadores que são “a cara” da organização, como Curran e Chandler, por exemplo. É possível explorar melhor o Bellator 360, programa semanal exibido no canal, para mostrar a história dos lutadores, preparações para as lutas, documentários, curiosidades. Enfim, tudo que possa aumentar ainda mais a ansiedade dos espectadores pelo próximo evento. Poucos tem um know-how tão grande quanto a Spike TV, que ajudou a tirar o UFC do buraco. Deste modo, a organização pode explorar cada vez mais locais maiores para realizar seus eventos, o que já começou a acontecer nesta oitava temporada, sem medo de não lotar ginásios e cassinos.
http://www.mmabrasil.com.br/torneios-do-bellator-sao-otimos-mas-podem-melhorar
Mais tempo de preparação para os participantes de torneios e reorganização do calendário podem melhorar ainda mais o Bellator.
“Onde os title shots são conquistados, não dados”. Com este lema, o Bellator angariou uma legião de fãs desde sua primeira edição, em 3 de abril de 2009. Com disputas de cinturão atreladas a conquistas de torneios, a organização montou um sistema justo, que privilegia os melhores, independentemente do poder midiático. Assim aconteceu nas dez temporadas passadas, assim será feito nas seguintes. Torneios criam ordem, hierarquia, são fáceis para o fã entender.
Quatro anos depois, o mundo viu o surgimento de estrelas como Michael Chandler e Pat Curran, que passaram de ilustres desconhecidos a lutadores de ponta reconhecidos, presentes em vários rankings. Exatamente o que o Bellator quer: construir ídolos usando um método justo do ponto de vista esportivo. “O torneio mais difícil do mundo”, como seus organizadores se referem às suas chaves de disputa.
Patricio Pitbull venceu Daniel Straus na final do torneio da quarta temporada
Quando o UFC escala Chael Sonnen para disputar o cinturão com Jon Jones, mesmo há cinco anos sem lutar na divisão dos meios-pesados, ou quando determina que Frank Edgar e Anthony Pettis tomarão a frente de Ricardo Lamas ou Chan Sung Jung contra José Aldo, mesmo sem terem lutado como pena, muita gente reclamou. Mesmo no caso das superlutas, foram situações chatas com quem batalha nas relativas categorias. É o MMA mostrando que o mérito comercial é tão (e às vezes mais) forte que o esportivo. O UFC sempre funcionou assim e provavelmente não vai mudar.
Assim como o Campeonato Brasileiro em pontos corridos é um contraponto aos mata-matas da Copas do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e Campeonatos Estaduais, os title shots concedidos a vencedores de torneios no Bellator funcionam do mesmo modo em relação às furadas de fila tradicionais do UFC. Todas convivem (ou deveriam conviver) harmoniosamente no coração dos fãs. Há opção para todos os gostos e fregueses.
A fórmula atual tem problemas: o caso de Marlon Sandro
Marlon Sandro é um ótimo exemplo de um dos problemas dos torneios do Bellator. A dura maratona a que se submeteu o transformou de um dos melhores pesos penas do mundo e integrante do All-Violence 1st Team do Sherdog, para um lutador comum, que perde de modo pouco inspirado para Frodo Khasbulaev.
Analisemos o caminho de Marlon no Bellator. Como chegou como uma estrela da categoria, ele estreou diretamente no torneio da Temporada de Verão de 2011. Venceu Junior PQD em luta muito difícil, voltou ao cage 28 dias depois para eliminar Nazareno Malegarie e acabou violentamente nocauteado por Curran 27 dias após bater o argentino. Três lutas em 55 dias, tempo que os lutadores de ponta (como Marlon) consideram como o mínimo desejado para apenas um camp feito de modo decente.
Os problemas se agravam a partir desse ponto. As comissões atléticas americanas costumam dar suspensões médicas entre 45 e 90 dias para lutadores nocauteados (pelo nocaute clássico, não o técnico). Marlon voltou ao cage 87 dias depois de ser nocauteado por Curran. Supondo que sua suspensão médica fora no menor caso, Sandro teve apenas 42 dias para se preparar para o combate contra Rafael Dias, que lhe valeu a vaga no torneio da sexta temporada. Se a suspensão foi maior…
Marlon bateu Rafael e voltou ao cage 110 dias depois. Descontando sete dias de uma mínima suspensão médica para vencedores de luta decidida pelos juízes (podem ser 14 ou 21 dias), Sandro teve pouco mais de três meses de camp para o torneio seguinte, tempo decente se considerássemos apenas a distância entre a luta com Rafael e a estreia na sexta temporada. Mas não podemos ignorar que ele passara por uma maratona meses antes (que terminou de modo brutal) e que não teve o descanso necessário.
Bellator 60: Marlon Sandro finalizou Roberto Vargas
No dia seguinte que completou 35 anos de idade, Marlon venceu Roberto Vargas já pelo torneio da sexta temporada. Foram 27 dias para voltar e superar Alexandre Popó em outra luta dificílima. Mais 35 dias e dois chutes na região genital fizeram com que sua atuação na final contra Daniel Straus fosse seriamente abalada. Ok, superar chutes no saco não é algo simples, mas a tarefa provavelmente foi dificultada num corpo desgastado.
Depois de fazer sete lutas (quatro delas duríssimas) em menos de um ano, Marlon teve seis meses de descanso antes de vencer Dustin Neace. Mas o corpo humano não é uma máquina que se repara com um boot. Visivelmente em forma muito inferior àquela da estreia contra PQD, Sandro superou Akop Stepanyan em mais uma luta complicada, antes de ser atropelado por Khasbulaev trinta dias depois. O Marlon Sandro que perdeu para o russo era um rascunho do campeão do Sengoku.
Podemos citar outros casos, como o do talentoso peso galo Wilson Reis, que fez dez lutas em dois anos e acabou a maratona violentamente nocauteado em sequência por Patricio Pitbull e Eduardo Dantas, do ex-campeão dos penas Joe Warren, de Bryan Baker, Lloyd Woodard, o próprio Popó e outros bons lutadores que sucumbiram a maratonas de sete lutas em quatorze meses, por exemplo.
Empilhamentos e estiagens de eventos podem ter efeito negativo
Com 12 e 11 eventos realizados nos dois primeiros anos de vida, o Bellator deu um salto a partir de 2011, com a parceria com o canal MTV2, que durou até o fim do ano passado. Em 2011, foram feitos 25 eventos distribuídos entre a quarta temporada, a quinta e a temporada de verão. O ano de 2012 abrigou o mesmo número de shows na sexta temporada, sétima e temporada de verão. Com 11 eventos na oitava temporada abrindo os trabalhos de 2013, iniciando a parceria com a Spike TV, o caminho neste ano deve ser o mesmo, visto que ainda teremos três eventos na próxima temporada de verão e mais 11 na nona temporada, a partir de setembro. São números próximos dos 31 eventos promovidos pelo UFC em 2012.
Parceria com a Spike TV já catapulta o Bellator a um novo patamar
Atualmente o Bellator tem uma média de um evento a cada duas semanas. O problema é que o espaçamento não é homogêneo assim. Entre 17 de janeiro, quando Bellator 85 iniciou a oitava temporada, e 4 de abril, quando o Bellator 95 a encerrou, em apenas uma quinta-feira (14 de março) não houve evento. Como a temporada de verão só deve começar no final de junho, serão cerca de dois meses e meio de estiagem antes de um card em junho, um em julho e outro em agosto. Em setembro, com a nona temporada, recomeça a maratona até o fim do ano.
Tanto o empilhamento de eventos quanto a enorme estiagem sobrecarregam os fãs e quem trabalha direta ou indiretamente com o Bellator. Sem contar que não há uma organização de quantos torneios acontecerão por temporada, muito menos quais categorias serão afetadas. Temos o caso de Curran, que já defendeu seu cinturão duas vezes em 2013 e ainda tem Straus e Khasbulaev na fila, como há os pesos pesados, categoria que só viu uma defesa de cinturão até hoje (e não há data prevista para Alexander Volkov atuar).
Uma nova proposta: temporadas anuais
A ideia exposta aqui é simples: uma temporada regular e uma de verão por ano, com (pelo menos) um torneio de cada categoria. Dois eventos em janeiro, com as quartas-de-finais dos galos e dos meios-médios. Dois em fevereiro, com as quartas dos penas e médios. Mais dois em março, com as quartas de leves e meios-pesados (obviamente esta distribuição é apenas ilustrativa). Um evento em abril, com as semifinais de dos galos e dos meios-médios. Outro em maio, com as semis de penas e médios, mais um em junho, com as semis de leves e meios-pesados. Em julho e em agosto, temporada de verão com um torneio de pesados de quatro participantes, como acontecerá em 2013. Neste caso, uma semifinal em julho e a outra em agosto.
O segundo semestre seria dedicado às finais. Setembro hospedaria as decisões de galos e meios-médios. Outubro ficaria com as finais de penas e médios, enquanto novembro apresentaria os vencedores de leves e meios-pesados. Fechando o ano, a final dos pesados em dezembro. Deste modo, cada campeão de torneio fez três lutas em um ano, tempo suficiente para camps bem planejados e recuperação entre uma luta e outra, provavelmente diminuindo os casos de substituições por contusão e aumentando a qualidade dos combates.
Com a hipótese ilustrada acima, o Bellator faria de quinze a dezoito eventos num ano, variando caso resolvesse escalar cada final em um card diferente. Como este número é baixo, a organização poderia acrescentar mais uns quatro ou seis eventos cobrindo dois torneios de categorias mais cheias, com quatro ou oito participantes. Nos cards preliminares ou nos principais com menos lutas de torneios, os atletas escalados passariam o ano formando cartéis para buscar uma vaga no torneio da temporada seguinte. Fecharia o ano com 21 a 24 eventos, mantendo a quantidade atual, mas com um espaçamento mais homogêneo.
Antes que todos estes novos vencedores de torneios se tornem desafiantes, o Bellator ainda tem vários deles para colocar em ação. São os casos de Khasbulaev e Straus (peso pena), Dave Jansen e David Rickels (leve), Andrey Koreshkov (meio-médio), Doug Marshall (médio) e Emanuel Newton (meio-pesado), fora os que serão revelados até o fim de 2013 (a expectativa é que o Bellator realize pelo menos mais cinco torneios neste ano) e eventuais revanches imediatas, regra que ainda não foi utilizada pela organização. Ou seja, há muita defesa de cinturão podendo ser escalada durante a proposta temporada anual.
Como a plataforma da Spike TV é mais ampla, o Bellator teria condição de explorar mais os torneios, os novos candidatos a ídolos e a consolidação dos lutadores que são “a cara” da organização, como Curran e Chandler, por exemplo. É possível explorar melhor o Bellator 360, programa semanal exibido no canal, para mostrar a história dos lutadores, preparações para as lutas, documentários, curiosidades. Enfim, tudo que possa aumentar ainda mais a ansiedade dos espectadores pelo próximo evento. Poucos tem um know-how tão grande quanto a Spike TV, que ajudou a tirar o UFC do buraco. Deste modo, a organização pode explorar cada vez mais locais maiores para realizar seus eventos, o que já começou a acontecer nesta oitava temporada, sem medo de não lotar ginásios e cassinos.
http://www.mmabrasil.com.br/torneios-do-bellator-sao-otimos-mas-podem-melhorar
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