Faber e Fitch: dois lados de uma mesma moeda?
Enquanto um venceu vários e teve dificuldade em disputar o título, o outro luta por cinturões uma vez por ano
Houve um tempo em que Jon Fitch superava todos os meios-médios do UFC que não se chamavam Georges St-Pierre. Porém, mesmo com vitórias seguidas sobre concorrentes duros, Fitch não recebia uma nova oportunidade de lutar pelo cinturão – ele fora massacrado por GSP no UFC 87. Os fãs mais hardcore protestavam, diziam que Fitch era perseguido, mas o UFC manteve-se irredutível até que o lutador entrou em má fase e foi demitido.
A “geladeira” dada a Fitch tinha um motivo óbvio, apesar de não oficial. Apesar de técnico, seu estilo de luta pragmático, monótono, repetitivo e incapaz de finalizar uma luta ao mesmo tempo lhe dava vitórias e o mantinha longe dos corações dos fãs casuais. E como estes existem em muito maior quantidade do que os hardcore, Jon nunca mais teve outra chance.
Atualmente, Urijah Faber parece viver um momento semelhante em vários pontos, mas diametralmente oposto no tratamento. O California Kid simplesmente vence todas as lutas que não valem cinturão. Desde sua estreia no MMA profissional, em 2003, até o TUF 17 Finale de sábado, Faber só perdeu lutas por títulos, seja no Gladiator Challenge, no WEC ou no UFC. Mas, ao contrário do que passou Fitch em seu tempo no octógono, Faber vez ou outra está às voltas com disputas de cinturão. A vitória sobre Jorgensen já começou a levantar a hipótese da próxima.
Após perder a coroa dos penas do WEC para Mike Brown, em novembro de 2008, Faber já disputou lutas por cinturão em quatro oportunidades, começando pela revanche contra Brown. Em nenhum os casos, o California Kid precisou vencer três lutas consecutivas para obter nova oportunidade. Ele bateu Jens Pulver para se credenciar à revanche com MTB e em seguida venceu Raphael Assunção para desafiar José Aldo. Baixou de categoria, venceu Takeya Mizugaki e Eddie Wineland antes de se tornar desafiante de Dominick Cruz. Derrotado novamente, precisou ganhar apenas de Brian Bowles para disputar o título interino com Renan Barão. Desde então, o mata-leão de Faber deu conta de Ivan Menjivar e Scott Jorgensen.
O principal ponto que separa Faber de Fitch é a popularidade. Enquanto o fã casual nunca gostou de Fitch, Faber era o único lutador verdadeiramente popular das categorias mais leves do antigo WEC e o único lutador abaixo de peso leve que o UFC entrega uma luta principal de evento em pay-per-view sem medo de vender pouco.
Se Fitch era merecedor de um title shot por vencer todo mundo na categoria, por que Faber não seria? Wineland, batido por Faber, é o próximo desafiante de Renan Barão. Assunção, que está crescendo na categoria, também foi. Urijah já venceu metade do atual top 10 do ranking oficial do UFC. É difícil posicioná-lo em outro posto que não o abaixo de Cruz e Barão.
Alguns ainda dizem que Faber não é capaz de vencer os campeões atuais. Balela. Não é porque perdeu uma vez de cada que não pode jamais vencer Cruz ou Barão. Aliás, o atual campeão já foi finalizado por Urijah, nos tempos de pena no WEC.
Mesmo vencendo todo mundo da categoria que não ostente um cinturão, Faber tem resistência dos fãs hardcore em receber mais um title shot. “O UFC privilegia o Urijah”, “Faber ganha um title shot por ano” são algumas das reclamações ouvidas. Por outro lado, provavelmente o UFC venderia horrores num Cruz vs Faber III. Temos aí, então, um caso claro de dois pesos e duas medidas. E, assim como Fitch merecia ter tido uma nova chance, Faber hoje também é merecedor. Como Barão enfrentará Wineland e o vencedor pode encarar Cruz, uma boa saída seria colocar Faber frente a frente com Michael McDonald ou Assunção, credenciando o vencedor a um lugar na fila.
E você, o que pensa de uma nova chance de cinturão a Faber em 2014?
http://www.mmabrasil.com.br/faber-e-fitch-dois-lados-de-uma-mesma-moeda
Enquanto um venceu vários e teve dificuldade em disputar o título, o outro luta por cinturões uma vez por ano
Houve um tempo em que Jon Fitch superava todos os meios-médios do UFC que não se chamavam Georges St-Pierre. Porém, mesmo com vitórias seguidas sobre concorrentes duros, Fitch não recebia uma nova oportunidade de lutar pelo cinturão – ele fora massacrado por GSP no UFC 87. Os fãs mais hardcore protestavam, diziam que Fitch era perseguido, mas o UFC manteve-se irredutível até que o lutador entrou em má fase e foi demitido.
A “geladeira” dada a Fitch tinha um motivo óbvio, apesar de não oficial. Apesar de técnico, seu estilo de luta pragmático, monótono, repetitivo e incapaz de finalizar uma luta ao mesmo tempo lhe dava vitórias e o mantinha longe dos corações dos fãs casuais. E como estes existem em muito maior quantidade do que os hardcore, Jon nunca mais teve outra chance.
Atualmente, Urijah Faber parece viver um momento semelhante em vários pontos, mas diametralmente oposto no tratamento. O California Kid simplesmente vence todas as lutas que não valem cinturão. Desde sua estreia no MMA profissional, em 2003, até o TUF 17 Finale de sábado, Faber só perdeu lutas por títulos, seja no Gladiator Challenge, no WEC ou no UFC. Mas, ao contrário do que passou Fitch em seu tempo no octógono, Faber vez ou outra está às voltas com disputas de cinturão. A vitória sobre Jorgensen já começou a levantar a hipótese da próxima.
Após perder a coroa dos penas do WEC para Mike Brown, em novembro de 2008, Faber já disputou lutas por cinturão em quatro oportunidades, começando pela revanche contra Brown. Em nenhum os casos, o California Kid precisou vencer três lutas consecutivas para obter nova oportunidade. Ele bateu Jens Pulver para se credenciar à revanche com MTB e em seguida venceu Raphael Assunção para desafiar José Aldo. Baixou de categoria, venceu Takeya Mizugaki e Eddie Wineland antes de se tornar desafiante de Dominick Cruz. Derrotado novamente, precisou ganhar apenas de Brian Bowles para disputar o título interino com Renan Barão. Desde então, o mata-leão de Faber deu conta de Ivan Menjivar e Scott Jorgensen.
O principal ponto que separa Faber de Fitch é a popularidade. Enquanto o fã casual nunca gostou de Fitch, Faber era o único lutador verdadeiramente popular das categorias mais leves do antigo WEC e o único lutador abaixo de peso leve que o UFC entrega uma luta principal de evento em pay-per-view sem medo de vender pouco.
Se Fitch era merecedor de um title shot por vencer todo mundo na categoria, por que Faber não seria? Wineland, batido por Faber, é o próximo desafiante de Renan Barão. Assunção, que está crescendo na categoria, também foi. Urijah já venceu metade do atual top 10 do ranking oficial do UFC. É difícil posicioná-lo em outro posto que não o abaixo de Cruz e Barão.
Alguns ainda dizem que Faber não é capaz de vencer os campeões atuais. Balela. Não é porque perdeu uma vez de cada que não pode jamais vencer Cruz ou Barão. Aliás, o atual campeão já foi finalizado por Urijah, nos tempos de pena no WEC.
Mesmo vencendo todo mundo da categoria que não ostente um cinturão, Faber tem resistência dos fãs hardcore em receber mais um title shot. “O UFC privilegia o Urijah”, “Faber ganha um title shot por ano” são algumas das reclamações ouvidas. Por outro lado, provavelmente o UFC venderia horrores num Cruz vs Faber III. Temos aí, então, um caso claro de dois pesos e duas medidas. E, assim como Fitch merecia ter tido uma nova chance, Faber hoje também é merecedor. Como Barão enfrentará Wineland e o vencedor pode encarar Cruz, uma boa saída seria colocar Faber frente a frente com Michael McDonald ou Assunção, credenciando o vencedor a um lugar na fila.
E você, o que pensa de uma nova chance de cinturão a Faber em 2014?
http://www.mmabrasil.com.br/faber-e-fitch-dois-lados-de-uma-mesma-moeda