Bernardo dá sua versão: 'Estou bem e saudável, não sofri agressão'Ao contrário do que relata a investigação policial, meia vascaíno afirma que não foi espancado no Complexo da Maré e agradece o apoio dos fãsPersonagem de uma investigação policial, Bernardo decidiu falar. Em contato com o GLOBOESPORTE.COM, o jogador do Vasco pediu para fazer um pronunciamento. A intenção, segundo ele, é deixar claro que, ao contrário do que relata a investigação policial, ele não foi agredido por traficantes do Complexo da Maré em razão de um suposto envolvimento com uma mulher que é apontada como namorada de Menor P., chefe do tráfico local.
- Estou bem e saudável. Não fizeram mal nenhum comigo. Não sofri nenhum tipo de agressão. Estou à disposição da polícia para o que ela precisar ao longo dessa investigação - disse Bernardo, que pediu para não responder perguntas sobre o episódio.
Segundo informações de pessoas próximas ao jogador, Bernardo teria sofrido uma represália verbal dos traficantes em episódio ocorrido na tarde do último sábado, sem agressão física.
- Queria agradecer o carinho e a preocupação de amigos, fãs, torcedores e familiares. Agora minha preocupação é cuidar do meu joelho - encerrou Bernardo, referindo-se à cirurgia marcada para a próxima quarta-feira.
O meia usou o Instagram de um amigo para informar aos torcedores que está bem após o episódio: "Gostaria de agradecer o carinho e a preocupação de todos... Tá tudo bem com o @bsouza31 ...", postou o amigo.
Sequestro e agressãoSegundo informações da polícia, no último domingo, Bernardo foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.
O jogador comunicou o caso à diretoria do Vasco na quinta-feira. Em nota oficial divulgada nesta sexta, o clube oferece suporte ao meia, além de assessoria jurídica e apoio psicológico.
- A nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados - disse o diretor executivo de futebol do clube, René Simões.
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2013/04/bernardo-posta-foto-e-amigo-diz-que-jogador-do-vasco-esta-bem.htmlWellington Silva nega ser salvador e revela bronca: 'Tá doido, Bernardo?'Apontado pela polícia como a pessoa que evitou assassinato do jogador do Vasco, lateral do Flu revela abalo do amigo. Atletas terão que deporApontado pela polícia como salvador de Bernardo no caso do espancamento do jogador do Vasco no complexo de favelas da Maré, no último domingo, Wellington Silva negou que tenha encontrado o meia vascaíno na comunidade, mas confirmou que esteve no local para visitar a sua família que mora na região. O lateral-direito do Fluminense, porém, admitiu que, em contato telefônico com o meia, soube de toda história. Wellington disse ainda que, ao contrário do que foi divulgado, o problema teria acontecido na terça-feira e não no domingo.
- Nasci no Complexo da Maré, meus familiares ainda moram lá. No domingo, fui visitá-los e me falaram que o Bernardo estava lá. Tinha tempo que não falava com ele, queria encontrá-lo, fiquei esperando para ver se conseguia conversar com ele, o pessoal falou que ele estava por lá. Mas fui embora e ele não apareceu. Ele me ligou depois e disse o que aconteceu. Eu falei:
“Tu é doido, Bernardo?!” Ele disse que ainda estava muito abalado e depois conversaríamos pessoalmente. Ontem (quinta), ele me ligou novamente e disse que não sabia porque meu nome estava envolvido, já que não estive com ele e soube (que era apontado como salvador de Bernardo) pela imprensa – afirmou Wellington Silva ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone, na manhã desta sexta.
As informações da polícia dão conta de que Wellington teria sido "chamado" quando os traficantes começaram a espancar Bernardo e convencido os traficantes a pouparem Bernardo argumentando que se o jogador morresse "a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte".
Criado e conhecido no Complexo da Maré, Wellington Silva disse que, caso estivesse com o jogador não teria problemas em ajudá-lo. Pelo contrário:
- Se eu estivesse, seria um prazer dar uma ajuda, ele é meu amigo. Mas eu nem sabia de nada. Estou assustado, pois me envolve em uma coisa de que não participei - garante.
Visivelmente nervoso com todo o caso, Wellington Silva garantiu repetidas vezes que não encontrou Bernardo nem atuou como intermediário para salvá-lo do poder dos traficantes.
- Não teve isso (conversa com traficantes), comigo nada, eu não estava no momento, soube bem depois, não falei nada com ninguém. Não o encontrei. Deu minha hora e tinha que voltar para minha casa, no Recreio. Fui embora e não vi o Bernardo. Ainda quero falar com ele pessoalmente. E acho que o problema não foi domingo nem segunda, e sim na terça-feira.
Segundo a polícia, os jogadores que estariam acompanhando Bernardo quando ele foi espancado no complexo de favelas da Maré, no último domingo, seriam Wellington Silva, do Fluminense, e Charles, ex-Cruzeiro, hoje no Palmeiras, ambos criados na comunidade. As informações da polícia dão conta de que Wellington Silva estaria na favela - e foi "chamado" quando os traficantes começaram a espancar Bernardo.
O GLOBOESPORTE.COM também conversou com Charles por telefone. O volante primeiro soou evasivo:
- Estão aumentando muito isso aí. Não foi nada demais.
Depois, mudou um pouco o tom e negou saber de algum problema:
- Não aconteceu nada disso. Não sei de onde está surgindo isso. Não estou botando a mão na cabeça de ninguém mas não houve nada disso. O Bernardo vai lá normal, a minha vida toda foi lá... ele vai lá de vez em quando, mas desconheço isso aí. Se teve algo, eu não estava, mas acredito que não porque fico sabendo das coisas. Se teve... não estou sabendo de nada.
Atletas terão que deporSegundo informações da polícia, no último domingo, Bernardo foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.
Dayana levou sete tiros nas pernas, segundo a polícia, e apenas dois, de acordo com informação da Secretaria Municipal de Saúde. Depois, foi libertada e atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por duas pequenas cirurgias e permaneceu até esta quinta-feira. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).
O delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso), intimou Bernardo e Wellington Silva a prestarem depoimento na delegacia. Além deles, a irmã de Dayana Rodrigues também será chamada.
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/04/wellington-silva-do-flu-seria-o-salvador-de-bernardo-na-mare.htmlAssustado, Bernardo deixa o Rio e adia depoimento à políciaJogador deve ir à DP na próxima semana. Pessoas próximas garantem que ele não tem sinais visíveis de agressão, mas sofreu terror psicológicoEm meio à polêmica, atordoado e assustado com o episódio no complexo de favelas da Maré, Bernardo deixou o Rio de Janeiro. Ele mora em um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste, mas deixou o local e a cidade com medo de represálias dos traficantes que o torturaram com choques elétricos e socos. O jogador do Vasco foi intimado a depor como vítima pelo delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso) às 14h desta sexta-feira, mas adiou a ida à delegacia. Além dele, José Pedro chamou Wellington Silva, do Fluminense, e a irmã de Dayana Rodrigues - supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local - para prestarem esclarecimentos.
Pessoas que tiveram contato com o jogador garantem que ele não tem sinais visíveis de agressão, nem marcas pelo corpo. O meia teria sofrido com torturas. Bernardo também teria sido vítima de terror psicológico, com ameças feitas pelos bandidos.
A tendência é que Bernardo, 22 anos, deponha na próxima semana, conforme informou o delegado José Pedro Costa.
- Estou investigando um caso de estupro numa clínica de depilação, a minha prioridade no momento é essa. Sobre o caso que envolve o Bernardo, eu não vou me pronunciar, somente na próxima quinta-feira
O jogador rompeu os ligamentos do joelho esquerdo e tem cirurgia marcada para o dia 1º de maio. A previsão inicial é que ele fique fora de campo por seis meses e só deve estar de volta ao dia a dia do Vasco entre o fim de julho e agosto.
A preocupação no Vasco é em relação ao lado psicológico do jogador. Mesmo com a lesão, Bernardo se mostrava, ao menos nas declarações, disposto a encarar o problema de frente:
- Esse tempo que eu vou ficar parado, vai dar pra pensar em muitas comemorações – chegou a brincar, após saber a gravidade a lesão no joelho.
Com o caso vindo à tona, porém, o panorama mudou. Bernardo é pai de quatro filhos, que têm entre dez meses e seis anos, e temia que o espancamento na Maré chegasse ao conhecimento público. Na noite desta quinta-feira, o GLOBOESPORTE.COM revelou que a polícia investigava o caso ocorrido com o jogador na favela carioca. Atualmente, o jogador vive um relacionamento com a estudante Monique Braga.
Segundo informações da polícia, no último domingo, Bernardo foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.
As informações da polícia dão conta de que Wellington Silva teria sido chamado quando os traficantes começaram a espancar Bernardo e convencido os traficantes a pouparem Bernardo argumentando que se o jogador morresse "a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte".
Wellington Silva negou que tenha encontrado Bernardo na favela, mas confirmou que o jogador o comunicou sobre o episódio violento:
- Ele me ligou depois e disse o que aconteceu. Eu falei: “Tu é doido, Bernardo?!” Ele disse que ainda estava muito abalado e depois conversaríamos pessoalmente.
Dayana levou cinco tiros nas pernas (dois de raspão), foi libertada e atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até esta quinta-feira. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).
Dayana depõe informalmenteEm conversa informal na 21ª DP, um inspetor informou que Dayana prestou depoimento quando ainda estava internada no Souza Aguiar, de onde teve alta nesta quinta, e negou o envolvimento de traficantes. Ela não teria retornado para o Complexo da Maré temendo o desdobramento do caso.
Durante toda manhã desta sexta-feira, o movimento de jornalistas na 21ª DP foi intenso em busca de informações sobre as investigações do caso envolvendo Bernardo.
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2013/04/assustado-bernardo-deixa-o-rio-e-adia-depoimento-policia.html