Karl Amoussou: dos treinos com Wanderlei Silva ao cinturão do BellatorQuando tinha 19 anos, Karl Amoussou veio ao Brasil passar três meses em Curitiba e teve o seu primeiro contato com o MMA. Após treinar com Wanderlei Silva e Rafael Cordeiro, na Chute Boxe, o francês decidiu que queria ser um lutador de MMA. Agora, oito anos depois daquela experiência, Amoussou não só se tornou um lutador, como tem grandes chances de ostentar o cinturão dos meio médios do Bellator, segundo maior evento de MMA do mundo.
Campeão do GP da categoria, ele ganhou a chance de medir forças como o atual campeão, Ben Askren, no dia 24 de janeiro. Em entrevista exclusiva à TATAME, o faixa-preta de Judô contou sobre a conquista do GP, suas passagens pelo Dream, M-1 e Strikeforce, e garantiu que tomará o cinturão de Askren: “Eu vou acabar com o Askren, ele vai sentir como se tivesse sido atropelado por um trem”.
Confira a abaixo o bate papo.
Como foi conquistar o GP do Bellator?Eu me senti tão feliz e orgulhoso, essa foi a maior conquista da minha carreira e consequentemente lutarei pelo título em janeiro. Da forma como conquistei essa vitória, tanto os fãs quanto os oponentes ficaram mais cientes das minhas habilidades como lutador. Mas ainda tenho muito a aprimorar, estou longe do meu melhor.
Qual foi a luta ou o momento mais difícil no torneio?Minha luta contra David Rickels. O combate foi extremamente duro, difícil. Eu ganhei os dois primeiros rounds e perdi o terceiro. Eu aprendi muito com aquela luta.
Você teve passagens pelo Dream, M-1 e Strikeforce, mas vive o seu melhor momento na carreira no Bellator. O que mudou?Experiência. Eu sempre faço uma auto-análise após cada luta, independente do resultado, e sigo em frente. Eu comecei a lutar com 20 anos, um principiante em Muay Thai e Kickboxing. Eu treinei tanto essas modalidades que hoje em dia as pessoas pensam que eu sou um ‘striker’, quando na verdade minha base é o Judô.
Agora você disputa o cinturão contra o Ben Askren. O que espera dessa luta?Eu vou acabar com o Askren, ele vai sentir como se tivesse sido atropelado por um trem. Eu voltarei para a casa com meu cinturão.
O Ben Askren está invicto e o jogo dele parece muito com o do Jon Fitch, de colocar para baixo e vencer nos pontos. Como evitar esse jogo dele?Eu não vou evitar nada, estou indo para lutar. Ele é um bom wrestler, entretanto eu sou um ótimo judoca e sei que sou capaz de derrubá-lo. Sem falar no estrago que vou fazer na trocação.
Você mostrou um excelente chão na final do GP. Esse seria o caminho para vencer o Askren?Eu posso ganhar por nocaute ou finalização. Qualquer método que ele escolher para usar contra mim, ele perderá.
Você treina Jiu-Jitsu? Qual a sua faixa? Eu só treino grappling e não tenho faixa no Jiu-Jitsu, mas sou faixa preta em Judô.
A sua equipe, a ATT, conta com diversos brasileiros. Como é treinar com eles? O que você aprende?Começando pela minha esposa, que é brasileira, eu amo os brasileiros! Eu acho que os brasileiros são engraçados, acolhedores, sempre me fazem sentir ‘bem-vindo’. Na ATT eu me sinto ‘em casa’ com mestre Conan Silveira, o mestre Ricardo Libório e todos os outros treinadores, que cuidam bem de mim e sempre me incentivam a atingir meu melhor.
Qual foi o seu primeiro contato com o MMA?Eu tive minha primeira experiência com MMA quando, aos 19 anos de idade, viajei à Curitiba para passar três meses treinando na Chute Boxe com o Wanderlei Silva e o mestre Rafael Cordeiro. Quando retornei à França, fiz a minha primeira luta e ganhei.
O MMA ainda é proibido na França. O que você acha que falta para ser liberado?Se eu ganhasse um dólar cada vez que me fizessem essa pergunta (risos)… Eu realmente não tenho a menor ideia, infelizmente essa é uma questão política, não adianta argumentar. A França legalizou o Muay Thai uns 15 anos depois de outros países, acredito que farão o mesmo com MMA. Não é possível que vamos continuar com essa lei Draconiana.
Você acredita que se conquistar o cinturão, algo pode mudar por lá?Com certeza uma vitória vai gerar uma exposição maior e provavelmente ajudar a favor da liberação do MMA na França.
Caso conquiste o título, quais são os seus planos? Pensa em ir para o UFC?Eu farei planos mais concretos quando estiver com o cinturão firmemente ao redor da minha cintura. Eu quero lutar contra os melhores lutadores do mundo. Por enquanto, estou feliz no Bellator, eles me tratam bem.
Há quanto tempo está nos Estados Unidos? Você trocou a França pelos EUA justamente por conta do MMA?Estou nos Estados Unidos há dois meses. Por conta da qualidade e nível do treinamento e de como MMA é visto comparado a outros países, eu tive que tomar a decisão de me mudar para cá. Especialmente quando se diz respeito ao Wrestling, o nível nos EUA é incomparável e é o que preciso aperfeiçoar.
Pensa um dia em lutar no Brasil?Gostaria muito de lutar no Brasil em breve, mas por enquanto, se preparem para uma luta épica em 24 de janeiro de 2013.
http://www.tatame.com.br/karl-amoussou-dos-treinos-com-wanderlei-silva-ao-cinturao-do-bellator/