Junior Cigano: Uma usina nuclear na mão de um eletricista?
A derrota de Junior Cigano pelas mãos de Cain Velásquez abre espaço para análises sob infinitos prismas. Um aspecto é de conhecimento comum, praticamente unanimidade: o queixo do brasileiro e sua capacidade de aguentar castigo está mais do que comprovada. O que Cain fez com o rival ao longo de 10 rounds, o massacre 1 e o massacre 2, são daquelas coisas que assustam. Ao desfigurar um atleta considerado como um dos maiores pesados do esporte, o americano deixou uma lição que, ao que parece, Cigano e, principalmente, sua equipe, não entenderam. Quando se trata de lutar no mais alto nível, um plano de luta é necessário.
Ao assistirmos a trilogia entre Junior Cigano e Cain Velásquez, fica cristalina uma conclusão: Cigano é o Real Madrid, treinado por Jair Picerni. Alto, ágil, com queixo, coração, simpático e com duas mãos capazes de encerrar uma disputa com apenas um golpe, o atleta surge como um órfão dentro do octógono. Sem plano de luta, sem tática, sem confiar em seus orientadores que limitam-se a sugestões infantis durante as disputas, o talentoso lutador acaba sendo vitima da incapacidade de quem conduz suas ações. Quando observamos a carreira de Cigano, fica evidente a qualidade superior apresentada por este improvável campeão que começou tarde no caminho das lutas, mas através de seu talento único, conseguiu alcançar o posto de campeão da maior promoção do mundo.
Porém, durante os combates, Cigano sempre foi igual. A cada nova vitória, nocautes no estilo “mais do mesmo”. Em time que está ganhando não se mexe, e a fórmula para o sucesso permanecia igual. O problema é que Cain aplicou no próprio Cigano o que se chama de “PLANEJAMENTO, PLANO DE AÇÃO, GAME PLAN”, ou seja, traçou um detalhado cronograma de como frustrar as principais armas do rival para então capitalizar diante de um contexto favorável. Foi triste, constrangedor, assistir novamente 25 minutos de um lutador do nível espetacular de Cigano padecendo pelas competentes habilidades do também grandioso Velásquez. A cada novo fim de round, sugestões do estilo “mete a mão nele menino”, “eu quero ver esse jab”, soavam como uma placa de sinalização em russo colocada no centro de São Paulo. O lutador não demonstrava qualquer reação, não entendia, não reagia, sabia de seu destino já no primeiro intervalo entre rounds. No rosto de Cigano, além das marcas deixadas por Cain, estava a dor de quem sabia que perderia e que buscava respostas sem encontrar qualquer respaldo.
Cigano é gigante. Ele pode vencer Velásquez, pode voltar ao topo, porém, precisa obrigatoriamente trocar de equipe, ou mudar seu treinador principal, ou esperar que em uma próxima oportunidade, o responsável por coordenar sua participação tenha um mínimo de humildade para traçar uma estratégia e faça valer o prestígio possuído ao orientar seu pupilo e não apenas calçar suas luvas no vestiário rezando para que um mata-cobra resolva as coisas.
Cigano é muito mais que um mata-cobra da sorte, muito mais do que esperar um pombo sem asa salvador. Sem alternativas, sem ideias, Cigano é uma usina nuclear sob os cuidados de um eletricista, incapaz de explorar suas capacidades da maneira que merece. Então, os paladinos da moralidade dirão coisas como “só pode falar quem já subiu lá e foi espancado”, ou “quem colocou ele no topo? Quem ensinou ele a ser quem é? Como você é oportunista criticando quem fez dele o campeão”, e a resposta é apenas uma. Preparar um lutador é uma coisa, comandar um campeão diante dos maiores desafios encontrados no MMA mundial é outra completamente diferente. Cigano fez o que fez por seus méritos, mas quando precisou de ajuda, não encontrou absolutamente nada.
À deriva, solto, desgovernado, sem comando. Junior Cigano dos Santos é o maior desperdício entre os lutadores presentes no plantel do UFC.
PS: Qual a razão daquela guarda baixa o tempo todo?
FONTE
A derrota de Junior Cigano pelas mãos de Cain Velásquez abre espaço para análises sob infinitos prismas. Um aspecto é de conhecimento comum, praticamente unanimidade: o queixo do brasileiro e sua capacidade de aguentar castigo está mais do que comprovada. O que Cain fez com o rival ao longo de 10 rounds, o massacre 1 e o massacre 2, são daquelas coisas que assustam. Ao desfigurar um atleta considerado como um dos maiores pesados do esporte, o americano deixou uma lição que, ao que parece, Cigano e, principalmente, sua equipe, não entenderam. Quando se trata de lutar no mais alto nível, um plano de luta é necessário.
Ao assistirmos a trilogia entre Junior Cigano e Cain Velásquez, fica cristalina uma conclusão: Cigano é o Real Madrid, treinado por Jair Picerni. Alto, ágil, com queixo, coração, simpático e com duas mãos capazes de encerrar uma disputa com apenas um golpe, o atleta surge como um órfão dentro do octógono. Sem plano de luta, sem tática, sem confiar em seus orientadores que limitam-se a sugestões infantis durante as disputas, o talentoso lutador acaba sendo vitima da incapacidade de quem conduz suas ações. Quando observamos a carreira de Cigano, fica evidente a qualidade superior apresentada por este improvável campeão que começou tarde no caminho das lutas, mas através de seu talento único, conseguiu alcançar o posto de campeão da maior promoção do mundo.
Porém, durante os combates, Cigano sempre foi igual. A cada nova vitória, nocautes no estilo “mais do mesmo”. Em time que está ganhando não se mexe, e a fórmula para o sucesso permanecia igual. O problema é que Cain aplicou no próprio Cigano o que se chama de “PLANEJAMENTO, PLANO DE AÇÃO, GAME PLAN”, ou seja, traçou um detalhado cronograma de como frustrar as principais armas do rival para então capitalizar diante de um contexto favorável. Foi triste, constrangedor, assistir novamente 25 minutos de um lutador do nível espetacular de Cigano padecendo pelas competentes habilidades do também grandioso Velásquez. A cada novo fim de round, sugestões do estilo “mete a mão nele menino”, “eu quero ver esse jab”, soavam como uma placa de sinalização em russo colocada no centro de São Paulo. O lutador não demonstrava qualquer reação, não entendia, não reagia, sabia de seu destino já no primeiro intervalo entre rounds. No rosto de Cigano, além das marcas deixadas por Cain, estava a dor de quem sabia que perderia e que buscava respostas sem encontrar qualquer respaldo.
Cigano é gigante. Ele pode vencer Velásquez, pode voltar ao topo, porém, precisa obrigatoriamente trocar de equipe, ou mudar seu treinador principal, ou esperar que em uma próxima oportunidade, o responsável por coordenar sua participação tenha um mínimo de humildade para traçar uma estratégia e faça valer o prestígio possuído ao orientar seu pupilo e não apenas calçar suas luvas no vestiário rezando para que um mata-cobra resolva as coisas.
Cigano é muito mais que um mata-cobra da sorte, muito mais do que esperar um pombo sem asa salvador. Sem alternativas, sem ideias, Cigano é uma usina nuclear sob os cuidados de um eletricista, incapaz de explorar suas capacidades da maneira que merece. Então, os paladinos da moralidade dirão coisas como “só pode falar quem já subiu lá e foi espancado”, ou “quem colocou ele no topo? Quem ensinou ele a ser quem é? Como você é oportunista criticando quem fez dele o campeão”, e a resposta é apenas uma. Preparar um lutador é uma coisa, comandar um campeão diante dos maiores desafios encontrados no MMA mundial é outra completamente diferente. Cigano fez o que fez por seus méritos, mas quando precisou de ajuda, não encontrou absolutamente nada.
À deriva, solto, desgovernado, sem comando. Junior Cigano dos Santos é o maior desperdício entre os lutadores presentes no plantel do UFC.
PS: Qual a razão daquela guarda baixa o tempo todo?
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